domingo, 11 de maio de 2014

UM TEMPO

Ah, meu amor !
nem a poeira e as traças,
nem o silêncio que me abraça,
fazem parceria em meu exílio.
tenho a presença do vento
que assovia à minha porta,
que seca os meus molhados,
que esparrama os meus guardados.
Tenho o sol que grita:
Cada manhã é outro dia,
mas eu não quero ouvir.
Tenho a noite invasora,
revirando os meus cheios,
trocando de lugar, meus vazios,
deixando uma dor no meio.
Ah, meu amor !
Só a chuva que cai, e seu nublado,
me faz sentar displicente,
nas bordas do tempo, um tempo,
fazer poesia
pra minha saudade abortar.

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