Emprestei um olhar amigo,
para te olhar com atenção,
não gostei do que vi,
o olhar tinha razão !
Meu olhar contaminado,
sinceramente estragado,
se confundiu com a imagem e ação,
olhou você, o ser amado,
com um olhar de paixão.
Não viu que a doce ilusão,
do olhar de mel derramado,
na verdade, era açúcar queimado,
esquecido no fogão !
Vi, enfim, suas minúcias,
escondidas com astúcia :
anéis dourados, cintilantes,
talvez, estrelas cadentes,
encantando minha solidão.
Roubaste de mim esse fogo,
que levas todo garboso,
era meu, o sentimento que sentes,
"saco vazio,ausente,
foi adequado o presente ? "
Como fugir dessa teia,
onde minha emoção serpenteia,
e prende o coração ?
O pensamento trabalha,
na esteira da perdição,
caio desse desatino,
encontro razoável destino,
cá dentro do meu contorno,
finalmente, voltou meu eu !
"O que da alma brota é único,não se aprende não se rouba não se esgota"
quarta-feira, 29 de janeiro de 2014
terça-feira, 28 de janeiro de 2014
QUANDO A CHUVA CAI
Quando a chuva cai,
na terra de minha infância,
inventa lagos, enxurradas....
navega na frágil distância...
meu barquinho de papel.
Quando a chuva cai,
essas frases sem sentido,
sem pensar, que eu lhe digo,
ganham um sentido secreto,
é medo de lhe perder.
Quando a chuva cai,
traz um ventinho gelado
que me arrepia de frio.
Há um silêncio deslumbrado,
diante do seu papel,
regar, molhar, encharcar,
fazer a vida recomeçar...
de novo no céu brotar.
Quando a chuva cai,
fecho os olhos pra sonhar,
deixo a chuva me molhar.
Digo coisas ao pensamento,
de voar e de encantar,
roda pião, catavento,
quero agora brincar.
A felicidade é um vento,
levando meu coração.
na terra de minha infância,
inventa lagos, enxurradas....
navega na frágil distância...
meu barquinho de papel.
Quando a chuva cai,
essas frases sem sentido,
sem pensar, que eu lhe digo,
ganham um sentido secreto,
é medo de lhe perder.
Quando a chuva cai,
traz um ventinho gelado
que me arrepia de frio.
Há um silêncio deslumbrado,
diante do seu papel,
regar, molhar, encharcar,
fazer a vida recomeçar...
de novo no céu brotar.
Quando a chuva cai,
fecho os olhos pra sonhar,
deixo a chuva me molhar.
Digo coisas ao pensamento,
de voar e de encantar,
roda pião, catavento,
quero agora brincar.
A felicidade é um vento,
levando meu coração.
domingo, 5 de janeiro de 2014
PARDOS SABIDOS
Meus olhos carregam alguns gelos,
escondem uma nudez em pelo,
do meu eu enjaulado,
entre anéis de melado.
Às vezes, se derretem a seco.
Às vezes, se consomem molhados.
Caminham por vários becos,
vão lançando os seus dados.
Atentos, espiam inspirados,
as cores e dores do mundo,
enfeitam, refazem em bordados,
estendem a corda ao abismo.
Meus olhos não usam palavras,
mandam mudos, fulminantes recados,
se fecham com chaves e travas,
defendem todos os meus lados.
Meus olhos se desmancham em mel,
em terreno conhecido,
abrem sua cortina de papel,
se mostram: Pardos sabidos !
escondem uma nudez em pelo,
do meu eu enjaulado,
entre anéis de melado.
Às vezes, se derretem a seco.
Às vezes, se consomem molhados.
Caminham por vários becos,
vão lançando os seus dados.
Atentos, espiam inspirados,
as cores e dores do mundo,
enfeitam, refazem em bordados,
estendem a corda ao abismo.
Meus olhos não usam palavras,
mandam mudos, fulminantes recados,
se fecham com chaves e travas,
defendem todos os meus lados.
Meus olhos se desmancham em mel,
em terreno conhecido,
abrem sua cortina de papel,
se mostram: Pardos sabidos !
sábado, 4 de janeiro de 2014
NO CORDÃO
No cordão
não saio não ! Eu não !
Lá desliza sinuoso,
há um jeito suntuoso,
com cetim e sedução.
Os passinhos curtinhos,
escorregam pelo chão.
No cordão
não saio não ! eu não !
Avisei ao rei João
e à rainha Joaquina !
Quero sair espalhado,
enrolado em serpentina,
com um terno listrado,
no cabelo gomalina.
Já pus meu bloco na rua,
fiz promessa à lua,
não chover e não ventar,
só me iluminar
e o samba me levar.
No cordão
não saio não ! Eu não !
Na avenida tudo é belo,
lantejoula e papelão,
o meu ano amarelo,
ganha brilho, ostentação,
no desfile da ilusão.
No cordão
não saio não ! Eu não !
não saio não ! Eu não !
Lá desliza sinuoso,
há um jeito suntuoso,
com cetim e sedução.
Os passinhos curtinhos,
escorregam pelo chão.
No cordão
não saio não ! eu não !
Avisei ao rei João
e à rainha Joaquina !
Quero sair espalhado,
enrolado em serpentina,
com um terno listrado,
no cabelo gomalina.
Já pus meu bloco na rua,
fiz promessa à lua,
não chover e não ventar,
só me iluminar
e o samba me levar.
No cordão
não saio não ! Eu não !
Na avenida tudo é belo,
lantejoula e papelão,
o meu ano amarelo,
ganha brilho, ostentação,
no desfile da ilusão.
No cordão
não saio não ! Eu não !
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