Meus olhos carregam alguns gelos,
escondem uma nudez em pelo,
do meu eu enjaulado,
entre anéis de melado.
Às vezes, se derretem a seco.
Às vezes, se consomem molhados.
Caminham por vários becos,
vão lançando os seus dados.
Atentos, espiam inspirados,
as cores e dores do mundo,
enfeitam, refazem em bordados,
estendem a corda ao abismo.
Meus olhos não usam palavras,
mandam mudos, fulminantes recados,
se fecham com chaves e travas,
defendem todos os meus lados.
Meus olhos se desmancham em mel,
em terreno conhecido,
abrem sua cortina de papel,
se mostram: Pardos sabidos !
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