sábado, 23 de agosto de 2014

FERVILHANDO

Meu mundo sumido,
nos passos de lã,
sorriso esquecido,
naquela manhã.
A  noite traz penas...
eu quero acordar,
diante de cenas,
que não quero lembrar.
Minhas mãos têm tremores,
de um tempo algoz,
seguram minhas dores,
com força feroz..
Saudade é mãe,
que alisa cabelos,
que alimenta com pães,
e castiga com gelos.
Minha voz apagada,
não enche meu mundo,
no vento espalhada,
é caminho fecundo...
se não paro em pé,
eu caminho no bando,
amigos de fé,
e os corações fervilhando.

CASA PRÓPRIA

Busquei um jeito real,
um jeito quase normal,
de dizer que te amo.
Você pediu a medida,
o tamanho do meu sentimento..
usei régua, esquadro,
até circunferência;
fiz uma transferência,
do seu lugar para o meu...
Não encontrei lógica,
nenhum encaixe perfeito,
do seu perfil com o meu,
com minha ação e seu sujeito.
Olhei da terra para o céu,
sondei além das estrelas,
embaixo da lua de inverno,
na gota fria de orvalho,
congelada alí, no momento.
Cismei com tantos atalhos,
pra um amor que precisa de dois,
de risadas e feridas,
tanto quanto moradia.
Casa própria no coração,
e você querendo pagar aluguel.