O samba que é samba
aqui não nasceu.
Aqui só passeia
macio, bem leve,
mulato, latino e branco de neve,
por becos escuros,
cinzentas ladeiras
que descem ao rio.
O samba daqui
tem terno e gravata,
seda, cetim,
terreiro de prata
e beiço carmim.
O samba daqui
batuca suave
sem pressa, moroso,
caliente, gostoso.
O sangue das veias
têm raios de sol.
As casas de samba
de dia estão nuas,
labutam em segredo
à espera da lua.`
À noite se trepam
com as ancas pesadas,
com abraços estalados,
com lábia malandra,
deslizam de banda,
verniz sobre giz.
O samba daqui
é prá turista,
só prá turista !
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