segunda-feira, 15 de abril de 2013

SEM ESTAÇÃO

Nosso amor de antigamente.
Nossas vidas combinadas.
Nossas coisas divididas,
vão ficando espalhadas,
sobre a mesa do jantar.
Mastigadas.
Engolidas.
Vão causando solidão,
nó no peito, desatenção...
na espuma do sabão.
Olhos baixos, arredios,
mergulhados no feijão,
meu sorriso fugitivo
não sai mais do coração.
Meus poemas abandonados,
feito roupas no varal,
a caneta só quer desenhar
flores na palma da mão.
Essa angústia sem terreno,
erva daninha crescendo...
aprisionada, indiferente,
vai causar um acidente.

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