terça-feira, 7 de maio de 2013

QUATRO ESTAÇÕES

Minha pele tem caminhos
que só seus olhos passeiam,
se perdem em vales, montanhas...
tenho que lhe procurar.
Seu olhar tem uma manha,
prende o meu, sem avisar,
faz leitura que me acanha,
sem jeito, tento escapar.
Carrego de um modo tranquílo,
tantos eus que você não conhece...
à espreita, por detrás dos cílios,
lhe sondam, esgarçando sua espécie.
Esquisita, pessimista, esgrimista...
qualquer coisa sou, prá você;
só perceba quando dou a pista:
vôo, às vezes, longe, nem você me vê !
Volto, depois das quatro estações,
trago chuva, trago frio, trago o sol
e magia em nossas manhãs;
quando a noite esconder
nossos contornos,
lhe convido prá fazer esculturas,
sob o nosso lençol...
luz da lua é tinta branca,
derramada sobre as ancas...

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