quarta-feira, 7 de novembro de 2012

A MÃE QUE PARIU O MONSTRO

Posso ouvir os pássaros lá fora,
nessas manhãs em que quero me levantar.
Posso ver o temporal ao longe se formar,
vento manso vem primeiro me avisar
que a chuva vai enfim molhar essa secura.
Posso tocar deslumbrada a valentia
de uma florzinha singela,
sobrevivendo ao lado de uma estrada poeirenta,
alheia ao perigo dos caminhões,das queimadas...
Minha imaginação,me leva para qualquer lugar.
Minha solidariedade segue além de minha porta,
apesar de saber que é um grão em meio a tanta areia.
São coisas simples que eu sei.

Eu não sei de quanto tempo é preciso para que
o amor consiga vencer as diferenças no mundo.
De quanta paciência precisa para atravessar tantas barreiras;
se cada manhã,nos chega como um milagre,
como pode depois, nos atingir como um pesadelo?
O ódio só precisou de cento e dois minutos
para mastigar a minha crença no bicho homem,
causou dor de navalha,fez um buraco em nosso peito,
fez a gente sangrar,virou anjo vingador com espadas de aço,
atravessando concretos como se fossem papéis.
Tanta gente se perdeu...
Será que o amor está com a validade vencida?

Penso na mãe que pariu o monstro,
mais um em meio a tantos...

                                           (sobre o onze de setembro)


Cabe aqui algo que li em uma parede em Santa Cruz de La Sierra,
"Yo soy el hombre de la selva
perfume,
cântico y amor
pero encendido de relampagos
pero rugiendo de huracanes
yo soy um rio de pie."
                           Raul Otero Reiche

Apesar e tudo,seguimos adiante,os bons,fazendo o seu melhor para o mundo,a vida.

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