segunda-feira, 14 de junho de 2010

A PALAVRA... poema

Está sumida a palavra
que revela o doce mistério
que é tentar advinhar,
o que me dizem seus olhos.

Não precisa da palavra...
quem só alimenta o tesão:
é tudo cara na cara,
é tudo mão na mão,
é tudo beijo no beijo,
dura pouco a intenção...

A palavra
é uma faca serrilhada
na boca cheia de ódio,
arrebenta quando entra
e,quando sai, deixa destruição.

Eu ainda acredito,
minha teimosia espera
que a palavra é algodão doce,
na boca de que pronuncia,
solidária se derrete,
ouvidas por certas pessoas.

A palavra que eu guardo
na maleta da emoção,
recebe minha visita,
nada de obrigação,
é a palavra saudade
que me traz recordação...

A palavra de nós dois
pisou descalça nas nuvens,
foi levada de repente
prá dentro de uma tormenta,
desde então tanquei a porta
que conduz ao coração.

As palavras que agora amo
não são aquelas impressas
de simples significação.
São palavras que eu ouço
enquanto faço o jantar
ou, em minha sala de estar
bebendo uma taça de vinho;
palavras que eu sei de cor.
São palavras com histórias.
São palavras com memórias.
Cantam juntas ,misturadas,
me fazem desejar ser melhor.
São as palavras que brilham
nas canções de Belchior.

Nenhum comentário:

Postar um comentário