quarta-feira, 2 de junho de 2010

SAGA DE SAPATINHO poema

Sapatinho se prendeu na gelatina,
ficou com uma forma bizarra.
Nadou doze meses na piscina,
foi retirado quase na marra
todo lambuzado de mel e purpurina.

Sapatinho de lã.
Sapatinho estava fofo de lã,
pisou macio em meu rosto,
quis passear de manhã.
meus abraços ele fez de encosto
e eu virei sua maior fã.

Sapatinho de lona.
Sapatinho se cobriu com a lona,
correu feliz pela praça,
de seu coração virei dona.
O mundo era seu e de graça.
O seu quarto,um circo,uma zona.

Sapatinho de vidro.
Sapatinho brincou na areia,se sujou de vidro.
Construiu um castelo encantado,
colocou sua felicidade num quadro,
andou nas nuvens,avoado,
com apreensão daqueles dias me lembro.

Sapatinho de couro.
Sapatinho foi ao campo,se vestiu de couro.
Queria conforto e segurança.
Andou procurando um tesouro
que poderia ter sido uma criança
ou um grande pote de ouro.

Sapatinho de algodão.
Alguém bondoso vestiu Sapatinho de algodão.
Depositou-o tranquilo na caixa.
Negros e brancos,ricos e pobres no salão
conversam com as vozes baixas
pois falhou seu coração.

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