segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

BAIA BONITA

O sol sangra à tardinha,
artérias rompidas no espelho da baia.
Minhas mãos em concha se avizinha:
tentava aparar o sangue que caia ...

Enquanto a noite engole o dia feito fera,
emudecendo filhotes a sós em ninhos,
na varanda o meu anseio espera,
o rastro de poeira, ao longe,no caminho.

O céu é tela que o pintor descuidado,
deixa cair um balde de estrelas,
que se abrem em redes bordadas com diamantes.
Obra prima! Eu não o vi tecê-la
mas, me faz pensar que ele é gigante.

É só aqui,nessa planície mágica
que os milagres sempre acontecem.
Longe de tudo,a vida pode ser trágica
mas é paraíso,estão aqui, só os que o merecem.

A língua mansa da fogueira lambe a escuridão,
transforma em brasa o inesperado obstáculo.
A lua cheia finge ser um lampião,
quase sem pressa vai crescendo no espetáculo.

Para minha amiga Maria Esther,dona da Baia Bonita(Nhecolândia),que um dia me acolheu no paraíso,num momento em que eu precisava me esquecer,me refugiar em qualquer coisa.
Que bom que você me colocou diante de sua janela:voei em cada asa de pássaro,caminhei com cada bicho que passou,me encantei com a simplicidade das coisas e com o afeto das pessoas.
Que bom que você é minha amiga,me ajudou a ver que estou viva,em pé.
Muito obrigada !

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