domingo, 16 de janeiro de 2011

NOITE

Noite,mergulha no escuro,
se esconde atrás de muros,
velha birrenta,não quer aparecer.
Cores sangrentas fazem show sob luzes,
denso espetáculo prá quem pode ver.

Noite insiste, quer descansar,
persiste nas trevas,faz sombra pro olhar.
Cada dia que empurra,tentando passar,
é uma lenta tortura do desejo alcançar.

Os seres da noite
não vivem ,flutuam...
Personagens com nome,
personagens com fome
de, no dia morar.
Fazem palco das ruas,
o holofote é a lua
prá seus talentos mostrar.

Engolem o fogo de suas mazelas,
criam relâmpagos em escuras vielas,
equilibram a quimera em saltos tão finos;
o peso do sonho,a vida mais bela,
é granada esquecida ainda com pino.

Noite que chora
lavando suas dores.
Noite que implora
prá desaparecer,
me deixa dormir!
Não sou companhia
no seu destruir.
Perca essa mania
de acobertar esses dramas
e,caia em sua cama.
Não és tão vadia!
És doce agonia
de pura magia,
ao amanhecer.

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