quarta-feira, 20 de junho de 2012

MATEI A FLOR

Faltou atenção para a flor.
Faltou olhar com amor.
A veia d'água salgada
foi chegando à raiz.
Faltou ponta de dedo delicado,
à terra,em volta da flor,
o seu vermelho despetalado,
foi se abrindo sem paixão.
Inerte,ao chão espalhada,
murchou sob o sol,esquecida,
só a terra a amparou condoída.
Não fez tapete no gramado
pois,o verde já estava manchado;
nem beija flor assanhado,
um beijo lhe deu,na aflição.
No caule desorientado
que o vento deitava sem dó,
um botão desmaiado,
não deu conta da desgraça,
não vingou,, o solitário,
não recebeu a graça,
naquele canto da praça.
Cada dia que atravesso,
nem a mim mesma confesso
se,o amanhã vai me encontrar...
A dor que trago no peito
que,me mata bem devagar,
trouxe com ela um defeito,
o de contagiar o redor
e,me faz sentir pior.
Minha dor alcançou o jardim;
matou aquela  flor, por fim.

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