sábado, 29 de maio de 2010

APENAS... poema

Eu não conto os amigos.
Eu não coleciono objetos.
Eu não gosto de creme com figo.
Eu não tenho vícios nem desafetos.
Eu apenas...
Sigo na suavidade do vento,
ofereço o ombro,estendo a mão.
Minha sombra solitária é alento
que o sol deita no chão.

Eu não confesso os pecados.
Eu não protejo com correntes.
Eu não lido bem com dados.
Eu não tenho fé,não sou crente.
Eu apenas...
Falo com ele de um jeito normal;
assuntos amenos,questões do meu dia,
se não tem resposta a mim não faz mal.
Alguém que me ouve no chão da coxia.

Eu não disputo mil milhas.
Eu não falo pelos cotovelos.
Eu não vivo numa ilha.
Eu não curto muito o gelo.
Eu apenas...
Boto fé na pessoa
que me abraça sem alarde,
divide comigo o sol,a lua,a garoa
e,se quiser voltar que não seja tarde.

Eu não estou muito em moda.
Eu não sigo as tendências.
Eu não me junto a uma roda.
Eu não sei lidar com urgências.
Eu apenas...
Visto uma armadura de aço
pois a vida corta sem dó com espada.
Tira lascas de uns,de outros,pedaços.
É alto o preço que se paga por nada.

Eu não distribuo panfletos.
Eu não grito verdades.
Eu não mostro meus defeitos.
Eu não lembro minha idade.
Eu apenas...
Guardo energia em bocados
prá molhar a minha sede,acalmar minha fome;
prá poder aguentar o fardo
que é,você esquecer meu nome.

Eu não sei falar de amor.
Eu não disfarço a saudade.
Eu não reparto minha dor.
Eu não gosto da maldade.
Eu apenas...
Te levo o café na cama,
beijo suave suas costas.
O olhar avisa que te ama,
Gesto de ternura não precisa respostas.

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