domingo, 30 de maio de 2010

TER

Eu tenho a cor.
Você a vê?
Ela está em minha cara pálida,
faz desenho secreto com o arco-íris,
se esconde em minha forma esquálida
pois,você quer me descolorir.

Eu tenho o som.
Você o ouve?
Ele pulsa em minhas veias frágeis,
toca surdo em meu coração que é manso,
se espalha nas extremidades ágeis
do meu ser que vibra sem descanso.

Eu tenho o rítmo.
Você o segue?
Ele move o meu corpo humano,
me conduz a caminho estranhos,
me faz vencer um dia a cada ano,
faz uma corrente com amigos ganhos.

Eu tenho a dor.
Você a sente?
Ela aperta sem dó meu peito,
não há remédio que me torne imune.
O mal existe,o mundo não é perfeito;
se Deus castiga,ninguém fica impune.

Eu tenho a fome.
Você percebe?
Ela me faz procurar o alimento
nas páginas do livro,entre meus amigos,em minhas viagens,
em qualquer coisa,se preciso for eu até invento.
Prá saciá-la saio desse meio e,fico só nas margens...

Eu quero o amor.
Você me dá?
Que ele seja manso e venha sem alarde.
Leve e firme como algodão doce.
Que encontre em mim sua metade.
Às vezes complacente,às vezes combativo.
Um pouco de pimenta só para esquentar.
Que não seja eterno e sim alternativo.
Que saiba a hora de avançar e quando recuar.
Que ao final do dia quando à casa retornar,
traga seu sorriso e a flor prá me ofertar.

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