quinta-feira, 26 de abril de 2012

CASA VELHA

Não possuo nada,
nem dona de mim eu sou,
só possuo um tempo, demais,
um tempo culpado,
lembranças atrás.
Deixei que a tristeza
roubasse um espaço.
Esqueci meu discurso,
mergulhei no silêncio.
Um nó apertado
me prende num laço,
pus fogo ardente,
causei meu incêndio,
queimei nosso quarto,
prá matar as lembranças.
A casa ainda em pé
está velha
mas,guarda o cheiro de canela.
Está assombrada,
às vezes lhe vejo
na  janela.
O tijolo descascado
cimentou a saudade
na parede.
A solidão pinga, pinga,
é goteira no telhado.
A esperança
perdeu na sala a virgindade,
o amor foi surpreendido,
nas cinzas do chão
foi derrubado.

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