terça-feira, 4 de junho de 2013

DESCULPE, AMOR

Desculpe, amor.
O tempo não cansa, não amansa,
trabalha feito estivador,
à noite, finge que descansa
e, faz dormir a nossa dor.

Desculpe, amor.
Meus olhos, alisam concreto,
endurecem até sob nuvens,
se resguardam em nosso teto
mas, em você se tornam reféns.

Desculpe, amor.
Bebemos, comemos, as receitas da tv,
em louças, talheres repartidos;
nossos sonhos, que ninguém vê,
continuam sendo construídos...

Desculpe, amor.
E se, a gente perder o minuto, sentar à mesa,
só prá cuidar do afeto ou, sentir o vento,
tirar nossa vida da correnteza,
fazer de nosso amor um invento ?

Desculpe, amor.
Tenho um coração exposto,
resumido em meus poemas.
A ternura, cá dentro tem um rosto
e, é difícil lhe mostrar com fonemas.

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