sexta-feira, 7 de junho de 2013

QUEM SABE, LONDRES !

Cuidado, ela gritou !
Não me segurou
com palavras mais escuras,
não me deu uma armadura,
só me disse: Vá com Deus !
Eu vou, eu vou !
Eu vou de trem,
vou de busão, vou de carona,
ganhei coragem,
companheira bem mandona.
Eu vou ! Eu vou !
Subir ladeiras.
Descer pedreiras.
Bobby Dylan, no rádio, é retrô,
a mochila no capô !
Corre estrada, pradaria,
deixa eu ver a fotografia,
que ao redor me dá sinal !
Passa carro, sigo em frente,
cruzo águas sobre pontes,
banho de rio, até ontem,
em noites de breus e candeias.
Passa vento, despenteia
mas, deixa eu olhar a estrada,
ver a esfera laranja do sol,
se escondendo no espigão !
Eu vou prá longe,
quem sabe, Londres...
não sei por onde.
Por uma questão de alquimia
do branco e o vermelho em mim,
eu vou sozinha;
sem o olhar da vizinhança,
viver mais, com esperança.

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