sexta-feira, 12 de outubro de 2012

"DOCES GUARDADOS"

Há coisas para guardar,
num canto doce da gente,
eu guardei os seus presentes,
quando dar,era tão transparente.
O meu olhar foi mudando,
as coisas se acumulando,
olhava tudo de longe,
de você,me distanciando.
Entrei num grupo de ajuda,
saí de lá com uma idéia,
de jogar tudo lá fora,
depois,escapar,ir embora.
Puz la fora a tv de 29 polegadas,
meus armários,meu sudário,
a geladeira,as peneiras,
as panelas,sua coleção de gravatas,
nossas datas,suas bravatas.
Minha pele de cordeiro,
o seu saco de moeda,
seu champoo anti queda,
sua inquisição,sua falta de atenção,
meus processos de procura,
sua cara dura,
seu risinho debochado,
meus jogos de dama e de dado,
seus remédios,o meu tédio,
sua vitrola,suas bolas,
nosso colchão de mola.
Joguei seu jeito de cientista da Nasa,
que só aumentavam  os buracos da casa.
Poupei minha máquina de costura,
prá remendar minha vida futura.
Poupei meu aquário,meu Veludo,
meu par de pés mais cascudos,
tenho muito que caminhar.
Poupei meus sapos de cerâmica,meu Buda,
meus livros,meu Neruda,
meu disco do Djavan:
"Amanhã outro dia..."

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