domingo, 14 de outubro de 2012

O SEU,O MEU

Seu amor se veste de acaso,
sai buscando qualquer uma,
dessas,que se encontram em esquinas,
usa,abandona,esquece,
apaga entre brumas.
Seu amor não cria raízes
na possibilidade da perda,
seu amor de vida nenhuma,
amor de bolina.
Meu amor se veste de luz,
une seu dia com a noite,
linha estendida,sem fim sem começo,
lhe cuidando,lhe velando,
quando seu mundo respira entre sombras.
Meu amor,pura emoção,
se afoga,se salva,se enxerga eterno,
fonte infinita,esvaindo
pelo centro,pelas beiras,
no descampado do peito.
Meu amor feito chuva,
amante indecente,sem roupa,
aguando no corpo inteiro,
diluindo seu concreto,
do céu prá terra,completo.
Meu amor puro fogo,
lábios quentes,afagando,
labareda incansável,se alimentando,
bela dança nos lados,no meio,no fundo,
nos nossos abismos,prepara colheita.
Meu amor me dá vida,
feito na minha medida,
ar puro brincando na alma,
entrando e saindo pela boca,
encontrando outras saídas,
sabendo que o coração é porta,
de entrada e de saída.

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