quarta-feira, 5 de outubro de 2011

A nossa história se repete
igual saco de confete
que já nasceu sem cor
e,sem graça se reparte
de um jeito bem desigual.
Não é destino.
Não é inspiração divina.
É desatino.
Simples,louco,
desatino.
Nosso dia a dia não anda
dentro das quatro paredes,
desanda mais cada dia
e,não tentamos consertar;
virou um louco ritual,
uma dança que provoca,
sufoca,evoca o mal.
Aquele amor verdadeiro,
precisa de curandeiro,
se esquentar no candeeiro
ou,talvez rebelião
que sacuda a prisão.
Palavras são balas perdidas
atingindo todos os lados.
Atira na mão.
Atira no colchão.
Atira no cão.
Atira no chão.
Atira no coração.
Ninguém trata as feridas.
Vivemos engalfinhados,
presos nesse emaranhado,
vomitando solidão.
Nosso dia  acanhado,
doido para anoitecer,
anda todo banhado
de raiva e frustração.
Não vemos a solução.
Não quer brilhar.
Não quer deixar
um rasgo de luz,penetrar nesse breu
e,iluminar o pesar.
Não vem a chuva molhar
prá acalmar toda essa sede.
Não vem o sol prá queimar
e, a raiva dissolver.
Não vem nossa estrela brilhar
e,a nossa boa lembrança retornar.
É pedra no coração.
É no´cego,apertado
que marca nossa distância.
separa tudo em lados,
difícil de ser desfeito.
O tudo e o nada bem guardados,
no inverno daqui de dentro,
no inferno daí de dentro.
Fogão,sofá,geladeira,
cama,rádio,prateleiras,
juntamos tantas besteiras
para a vida a dois funcionar.
Nosso amor etiquetado
não encontrou o seu lugar.
Passa tempo,passa tempo,
vai passando devagar.
Passa por uma trilha estreita
entre a garganta e o peito.
Retira do coração
esse amargo desfecho,
dê um outro jeito.

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