Hoje estou aqui prá desabafar,
prá reclamar desse cotidiano
de dragões para alimentar,
meu roteiro de todo ano.
Estou sempre subindo degraus,
de uma escada infinita;
dragando areia para as naus
mas no fundo há pedra brita.
Criamos ratos tão nobres
que,não aceitam o porão,
eles nos mantém felizes e pobres,
em filas,esperando o sopão.
Quando o vento uiva como cão,
derrubando nossos telhados,
esse reino não estende a mão,
prá secar nossos molhados.
Fazemos escolhas qual roleta
mas,já perdendo de saída,
de terno está o capeta,
com a honra já puída.
A ciranda,cirandinha,
só na roda não faz a conta,
milhões saem da varinha da fadinha,
para o cofre das cuecas.Que afronta!
Tô sem dinheiro,sem cultura,
sem jardins,sem sombras no meu passeio,
o lixo vai cobrir minha sepultura
e,a saúde está morrendo sem asseio.
Prá que ler na mão a sorte,
se já sei o futuro da boiada?
Muitos serão carne de corte,
outros tantos,terão uma casinha caiada.
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