Não sinto magia no ar,
sensação que vivi até ontem,
talvez seja obra do acaso,
ou, talvez da solidão,
que a saudade caminhe comigo.
Perambulam todas as lembranças,
num movimento constante,
tonta saio à rua,
quero trocá-las pela noite sem lua,
jamais por outra pessoa.
Enrolada em agasalhos,
caminho tiritando de frio,
atrás de alguma porta secreta,
deve ter algum calor;
mas a vizinhança tem fome
e,come sem qualquer distinção,
e eu, sou o prato do dia.
A curiosidade devora,
todos meus ais,meus porquês,
recheios de minha história.
No céu,que o outono acinzenta,
algumas luzinhas tremulam,
o meu frio já as alcançou.
A dor extrema às vezes se vai,
não morre,só empalidece,
doente de tanta dor que sente...
Caminhando em meio ao frio,
prá gelar a tal saudade,
ainda a ouço baixinho,
entre os sussurros da noite,
"acolhe meu coração,me dê abrigo,
aqui fora está frio".
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