sábado, 6 de março de 2010

A CASA

Penetres em minha alma,
é uma casa aberta.
Na sala tu verás muito cansada,
a esperança.
Verás também
num canto qualquer
a persistência,insistindo
que a confiança
permaneça no local.
Se adentrares mais um pouco,
em direção à cozinha,
ouvirás o bater físico
do coração,
ao mesmo tempo,
sentirás em toda parte,
o odor agradável da ternura.
Entras mais,vás ao porão
e, lá encontrarás a vela,
quase se apagando,
do pessimismo.
Não te assustes!
Essa pequena coisa
que não reconheces,
é a angústia
que vive pedindo licença,
para ir à sala,
sem contudo,conseguí-la.
Percebes?
Naquele canto do quarto?
Um embrulho grande,
envolvido em teias de solidão?
É a incerteza.
Em seu esquecido descanso,
tende a se destruir,
a morte é certa.
Perguntarás:
E o amor,
em que parte da casa está?
Responderei:
Está a caminho,
entrando pela porta aberta,
sem pedir passagem,
permissão.
Invade a casa
com seu jeito surpreso
de mais uma moradia.
É um hóspede com o qual,
tenho muito cuidado,
ele gosta de pregar peças
nas pessoas que,como eu,
num dia qualquer,
deixa a porta aberta.

Um comentário: