sábado, 13 de março de 2010

CINZAS

Me ocultei
nos farrapos sofridos
de uma fantasia colorida
em três dias de folia.
Desfilei triste,
mascarada de descrença
no bloco do eu sozinha.
Da passarela,confusos vi,
rostos sem nomes,me sorrir.
Braços sem corpos
me envolveram em
desinteressados abraços.
Na multidão fui grão
que acumulado,não me mostrou,
mais me escondeu.
Distoei do samba enredo da alegria.
Só cantei cinzas esquecidas,
de quartas-feiras passadas.
Brilhei falsa nos luminosos
artificiais.
Mergulhei,me afoguei
na loucura de confetes
e serpentinas,
mas quando um sol
de quarto dia
pôs sombra nua
sem fantasia à minha frente,
eu constatei,
depois daqueles três dias
continuava,agora em cinzas,
o bloco sem alegria
do eu sozinha.

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