sexta-feira, 16 de abril de 2010

CAVALO DE TRÓIA poema

Você chega de fininho,
esperto-alerta-matreiro.
Abre portas,constrói ninho,
de meu coração,vira porteiro,
vizinho-inquilino-guardião,
me põe na palma de sua mão.

Ando em corda bamba,
me sinto equilibrista,
você não dá nenhuma pista,
não mostra o mapa da mina,
de onde tudo começa
e onde tudo termina.

Perco o juízo,o prumo,
barata tonta,sem rumo.
Perco todos os sentidos.
Perco o amuleto secreto.
Subo a montanha mais alta,
prá gritar o meu afeto.

Mas...você não sabe querido
que cavalo de tróia arranjou,
sou lagarta do deserto
que adormece em areia quente,
se pensas me enganar,nem tente,
enquanto um olho se fecha,
o outro fica mais esperto!

Minha roupa é de camaleão.
Possuo as sete vidas do gato.
Não joguei todos os dados.
Não perdi meu rebolado.
Tenho a última carta do baralho.
Posso alimentar a fogueira.
Distribuir dor em retalhos,
fazer qualquer besteira,
virar fada,virar bruxa,
fazer poção,alquimia,
aguentar qualquer parada.

Portanto...Não se sinta seguro,
não és o rei do pedaço.
Posso saltar desse muro.
Um último aviso lhe faço:
Meu coração é forasteiro,
é navio no estaleiro
mas, pronto para zarpar!

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