sábado, 3 de abril de 2010

MORENA



Pela janela meu olhar escapa,
pontas de cores velhas, desbotadas,
nuances verdes escuros-olivas,tecem o mapa,
dessa cidade jovem e desvairada.

Estruturas verticais desenham o horizonte,
escondem a história de anônima semente.
Não se percebe a invisível ponte
que une bichos-ruas-flores e gente.

Há um descuido na beleza da menina
que se perde entre calçadas descascadas,
do velho centro quebrado por esquinas,
e por pequenas praças arborizadas.

A noite amena, de luzes faz estampa,
Gozo espalhado pelos quatro cantos,
olhares metálicos que minha alma espanta,
e escuras formas cobrem qual um manto.

Minha janela emoldura a cena,
domingo à tarde,raio-trovão e ventania,
riscam néon no céu dessa Morena,
fazem correr toda essa calmaria.

O meu olhar é passageiro e superficial,
voa nas asas de pombos,aeroplanos e borboletas,
sem se dar conta de que és a Capital
do meu estado,meu país,verde planeta.


         Poema sobre Campo Grande,capital do meu estado,Mato Grosso do Sul

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