Minha alma
encarna a noite.
Sai por aí sem ser notada,
percorre ruas e becos,
esbarra em prédios feito açoite.
Minha alma
entra em bares,
ouve conversas de afeição,
mantida por alguns pares,
esperando a refeição.
Minha alma
invade quartos,
ouve os gemidos,sente o tesão,
desliza suave em corpos fartos,
no silêncio saciado de emoção.
Minha alma
nua,vadia,
faz plantão em abandonadas esquinas,
boêmia,solitária,foge do dia.
Não tem nome.
Não tem enderêço.
É ponte em ruína.
Minha alma
ladina-verme-vampiro,
rouba o segredo,suga a emoção,
lendária,se esconde em antigo retiro
e vai ser lembrada numa canção.
E aí?? Já temos boas páginas pro livro, hein???
ResponderExcluirPoemas de Mantunes!!!
bjks